sábado, 19 de junho de 2010

Olhos Negros


A males das gentes revem se muitas vezes na ferosidade animal
os gestos doces tambem lá estão num sorriso mal entendido
ate escondido
serao as emoçoes apenas aspectos tao previsiveis no rosto da nossa alma?
estou leve, estou serena e calma
nao sinto dores nem me pesa o corpo
nao deito nenhum som mas grito ao mesmo tempo com todas as forças que de dentro me dão empurrões e me fazem pulsar o sangue
grito nao sei porquê...talvez por querer ajuda ou sera gritar de distanciar quem me estende a mão...um gesto universal de que duvido
nessinto me e fecho me no meu casulo...casulo meu forte e solitario...porque assim o imaginei e ele nasceu...
não sei se me protejo se me atiro feita louca contra as paredes
sabe me bem o sangue que por vezes escorre em feridas que abro para deixar sair o que esta preso...
e agora que penso de ser esta mulher?
que faço comigo de tao diferente que me dou e me conheço
duas aguas transparentes que nao consigo distinguir nem separar
estas mesmas correntes acordam e revoltam se sem aviso...
caiu ao mar... e a superficie fica gelada...nado e não consigo partir o gelo na tentativa desesperada de respirar e sobreviver...
complico me a mim...dentro de mim...nesta luta constante com fim anunciado tao cedo num raio de luz com informação contido na retina do olhar...
negros...de misterios...segredos contidos na janela do espirito
pretos... de certezas e de ambições
pretos... negros... brilhantes...brilho de esperança...
mas secos de água...de lagrimas derramadas num rosto destruido e desfeito pelo mesmo golpe fatal de sempre...
a derradeira chegada da morte...
tao cruel quanto os meus olhos negros...

Sem comentários:

Enviar um comentário