Dreaming of you

Deito-me e rezo para mim, um pequeno verso que a minha avó me ensinou e convenço-me de que vou ter uma noite tranquila, um sono tranquilo, mas não consigo controlar os meus sonhos, se pudesse escolher não sonhava contigo, porque são sonhos sem sentido, ou pelo menos não encontro respostas para as situações em que te sonho.
Na primeira noite sonhei que estava na tua terra, que vi a casa dos teus pais de longe e que te vi, no teu quarto, junto a uma secretária, a olhar para o computador, estavas parado, como se tivesses carregado no botão de pausa da tua vida.
Vi o teu telemovel iluminado, vi-te a atender uma chamada sem emoção, falaste pouco, vestiste um casaco e saiste.
Dei por mim no teu quarto, com os olhos fechados e punhos serrados, queria sentir a tua energia, os punhos serrados eram de tanto bater na tua porta e tu não voltavas, vim embora e desci a mesma estrada que tu desceste.
A meio do caminho vejo-te ao vivo pela primeira vez, tu, uma rapariga que te dava a mão e outro rapaz, não sei dizer quem são, não os reconheço, mas a ti reconheço-te bem, tal como tinha pensado.
Perdi as forças num segundo e tentei respirar, tu olhaste para mim e paraste a tua vida nesse momento, olhavamo-nos os dois e morriamos a cada instante que nao davamos um passo no sentido um do outro, começei a correr, a fugir da dor que me comia por dentro e me dava a volta ao estomago.
Ontem sonhei contigo novamente, transportei-me sem controlo para perto de ti, ao ponto de sentir o calor da tua mente, pensei com muito esforço e o teu telemovel tocou, olhaste-o perdido de certezas, tocaste com o polegar no visor como que a dizer que não sabes o que fazer, não me desligaste mas tambem não me atendeste, vi-te ficar a olhar para o telemovel sem luz durante muito tempo, eu olhei para ti, chamei por ti em baixo tom, só queria dizer o teu nome mais uma vez...